quinta-feira, 3 de março de 2011

Porquês

Porque é que não nascemos para sermos isto ou aquilo? Porque é que não nos sai o Euromilhões (mesmo sem jogar)? Porque é que temos que ser nós a ir fazendo o nosso percurso? Porque é que EU não tenho nenhuma vocação, nada que se faça sentir bem, nada que me diga que gosto disto e não gosto daquilo, nada que me faça sentir preenchida?
Ando com a neura: primeiro, farto-me de comer, e estes apetites não passam. (entretanto, as "abas laterais" vão dando de si). Depois, já estou a ficar chateada de estar em casa. Depois, não sei para que lado me hei-de virar, porque, das coisas que gosto minimamente, farto-me depressa.
E, entretanto, a minha vida vai passando ao lado, eu aqui sentada à frente do pc, no Facebook, à procura de empregos que eu penso que gostaria de ter/trabalhos que gostaria de fazer. E passo dias nisto, sem me sentir minimamente útil para a sociedade. Bem, pelo menos não estou a gastar o dinheirinho que é dos outros, porque não estou no fundo de desemprego... Ao menos isso, já não me sinto tão mal.
E pronto, a neura vai continuando... Até que sou chamada para (várias) entrevistas, que ficam de me dar uma resposta. Em dois casos essa resposta foi positiva (logo as duas no mesmo dia. Que pontaria!), tive que abdicar de um trabalhito temporário para optar por um que seria mais efectivo. Cheguei, passei o dia no tal do trabalho (que até era um projecto interessante), mas que... Não era aquilo que eu queria para mim. Não gosto propriamente de andar atrás das pessoas a perguntar se não quer fazer um plano dentário.
Agora já me pediram colaboração de um sítio onde já tenho ido. Eis se não quando me lembro que, da última vez que lá estive, foi um tanto ou quanto maçador, porque havia muitos tempos mortos. O telefone não tocava, não tinha nada para fazer... E, vai daí, a minha irmã até diz (com alguma razão) que "acho que já não estás com muita vontade de ir...". Ele há gente que me conhece, hein? ;)
Não é positivo, claro que não. E eu não sou feliz assim. Mas, como já disse, das coisas que gosto, chateio-me depressa. E não me dá aquele clique que me diga "ora aqui está uma coisa de que irias gostar".
E pronto, vou vindo aqui de vez em quando, escrever estes "apontamentozitos". E dizer que não estou feliz comigo mesma, que tenho muita falta de auto-estima (jura???) e que não gosto de ser assim, e que não sou perfeita... Mas gostava de preencher estas lacunas. Talvez assim eu me transformasse noutro "eu" desconhecido, um "eu", aí sim, mais feliz consigo mesmo.
Ai, hoje estou com filosofias, mas não me sinto mesmo bem. Vou ter que contar estas coisinhas todas à minha amiga psicóloga. E lá vai ela "ralhar" comigo outra vez porque não tenho nada que me ocupe o tempo, porque ainda não descobri o que gosto.
Alguém me ajuda?!?!?!?!? Se é que conseguiram chegar ao fim deste post...
Obrigada a quem me atura. E, já agora... Desculpem lá!

1 comentário:

Célia Novais Rosado disse...

A minha tolinha e as suas crises existenciais... A tua idade dos porquês está a revelar-se um bocadinho tarde, não?

Antes de mais tens mesmo de tentar perceber de que é que gostas, sem essa resposta é difícil traçar um rumo. Depois não podes estar sempre a perguntar se vais gostar, se vai durar, se, se, se...

Não penses que todas as outras pessoas têm resposta para tudo e que a maioria é feliz na sua vida profissional, mas a malta precisa dos guitos e tem de aguentar-se à bronca. Se tivesses as tuas contas para pagar ao fim do mês, talvez relativizasses mais isso do gostar muito ou pouco.

Anda comigo fazer umas demos para veres se ias ou não gostar... Pode ser que te surpreendas.

Vou bulir!!!